tag:blogger.com,1999:blog-294026322024-03-12T20:14:24.550-06:00precárioum sujeito fajuto,
um blog precáriobruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.comBlogger100125tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-58074847811555265632011-04-27T16:21:00.002-05:002011-04-27T16:21:44.436-05:00Em um diálogo <br />
entre dois pedaços <br />
de meio fio, o asfalto<br />
ajuda as palavras atravessar a rua.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-66069630176572303922011-04-27T16:20:00.002-05:002011-04-27T16:20:52.157-05:00Para atingir a língua das coisas <br />
é preciso perder a língua. <br />
Conversar com pedras e bostas<br />
requer que não exista<br />
lixo, contas ou dias.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-86315864778685309912011-03-22T12:08:00.000-06:002011-03-22T12:08:39.462-06:00Importância.<br />
<br />
Aglomerar nomes<br />
aos amontoados da vista<br />
não altera o estado <br />
dos nomeados. <br />
<br />
A pedra<br />
em nada muda<br />
ao ser chamada<br />
de ametista ou cascalho.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-21821059284615314202010-07-28T07:15:00.000-05:002010-07-28T07:15:56.657-05:00A nomeação de<br />
<br />
coisas do tipo<br />
isso e aquilo<br />
<br />
espaço vago,<br />
burraco, vala<br />
<br />
orifício<br />
<br />
encosta, rente<br />
falta e sobra<br />
<br />
início de esquina<br />
tamanho de preguiça<br />
largura do vento e<br />
imaginação de água<br />
<br />
é quando o nome próprio<br />
se apropria do que se ocupa<br />
o encalço das vistas.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-89644818382679488182010-06-24T08:06:00.000-05:002010-06-24T08:06:48.447-05:00adquiria machucados com a frequência<br />
que as formigas entravam e saiam<br />
da encosta envelhecida<br />
do móvel da parede da sala de casa.<br />
<br />
a grande diferença<br />
entre eu e elas<br />
era que as casquinhas se encantavam com minha pele<br />
<br />
pernoitavam durante semanas<br />
em meus cotovelos, dedos e joelhos.<br />
<br />
existia em mim um conjuto habitacional de sangue solidificado<br />
onde o aluguel da dor era quitado com tombos.<br />
<br />
na rua gritavam:<br />
- lá vai o menino vestido de sangue.<br />
<br />
enquanto o asfalto ficava com meus pedaços de verdade.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-63427618824776538652010-06-07T09:01:00.000-05:002010-06-07T09:01:10.676-05:00De volta e para o outro lado. <br />
<br />
para ascender ao meio fio,<br />
é preciso flexionar<br />
bem as juntas dos joelhos -<br />
<br />
mesmo que me<br />
falte cartilagem suficente<br />
do lado esquerdo.<br />
<br />
e fixar atento o olhar até o encontro<br />
da morada de mármore do porteiro<br />
com o asfalto quente e preto<br />
em velcro com as cascas de bala<br />
de caramelo e fios loiros de cabelo.<br />
<br />
<br />
nas instruções também seguem-me:<br />
<br />
assegurar-se bem do preenchimento<br />
completo do sinal vermelho<br />
e a ausência inteira de carros<br />
fora dos passeios.<br />
<br />
pronto.<br />
para mudar de lado na vida<br />
em pleno sossego, são apenas<br />
seis passos e meio.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-23064391133138023012009-10-06T07:29:00.001-05:002009-10-06T07:29:44.115-05:00Acaboubruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-77403113599382632732009-09-23T11:23:00.002-05:002009-09-24T08:35:53.416-05:00Ficava conversando com quem já podia me ensinar, pelo menos umas seis vezes, a consertar todo tipo de problema que uma lambreta pudesse dar em minhas mãos. Devia ter uns dez ou onze anos, mas porque eu com essa idade iria querer saber de uma motocicleta?<br /><br />Ela não ia me ajudar a subir na goiabeira, nem auxiliar em situações como uma conversa com a coordernadora do colégio, muito menos parar de me fazer ser passado pra trás, como costumeiramente acontecia, ou até mesmo impor respeito sobre meus atos.<br /><br />As conversas com o Seu Deucídes, enquanto ele arrumava sua moto azulada com branco e listras laterais cinza, era onde eu podia ser alguém como os mais velhos. Era como se eu pudesse ensinar aos outros o que acontecia comigo quando eu mais gostava de existir. Como voltar sozinho da escola, marcar um gol no jogo de sábado, conversar com minha tia sobre minha dedicação ao jogo do bicho ou com qualquer outra pessoa que se aproximasse de mim com perguntas sobre um pedaço de pau quebrado segurando um fio com roupas penduradas.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-91672148804316493302009-08-11T06:51:00.002-05:002011-02-08T10:25:34.637-06:00Não coloco nome nas minhas coisas.<br />
Elas são o que já existem.<br />
<br />
Um telefone público verde,<br />
azul e branco encostado em ferro<br />
amarelo.<br />
<br />
Fechadura, é um nome que pertence a ela.<br />
Cadeira de balanço, árvore de natal, xícara<br />
de café, cheia de leite até a boca, bola de bosta<br />
de gato.<br />
<br />
<br />
Flip de front pulando uma imensa corrente,<br />
sexta-feira,três e meia da madrugada. Aplauso,<br />
suor escorrendo da canela. Nada, absolutamente,<br />
foi invenção minha.<br />
<br />
Faço uso de apropriações. Meu nome, por exemplo.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-67384803429412048832009-08-07T13:33:00.001-05:002009-08-07T13:33:39.097-05:00reconhecimento é identificar sua sombra na calçada em meio aos pombos.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-8172669520116615182009-08-07T09:30:00.007-05:002010-02-26T08:55:17.905-06:00as paredes mantém <br />
a casa acesa. mesmo<br />
que a luz fique presa<br />
na falta de frestas<br />
daquelas duas janelas<br />
<br />
<br />
que fazem do rosto <br />
da sua morada um <br />
lugar mais claro aos<br />
olhos do pedestre <br />
que se encanta por ela<br />
<br />
<br />
e no horário em que <br />
uma atriz beije outra<br />
no capítulo de hoje da<br />
novela, como um feito<br />
histórico, você esteja<br />
sem roupas no escuro.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-81956078010070811832009-08-05T10:06:00.002-05:002009-08-05T10:08:09.643-05:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_2BBdVs5TUVQ/SnmgGgOqxyI/AAAAAAAAAUg/eEAYhiYCTik/s1600-h/azul.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 225px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_2BBdVs5TUVQ/SnmgGgOqxyI/AAAAAAAAAUg/eEAYhiYCTik/s400/azul.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5366496464579774242" /></a><br /><br /><br />aquele pedaço <br />de ferro e madeira<br />- semelhante as que<br />seguram as telhas acima<br />de nossas cabeças - <br /><br />pintados de azul<br />são completamente inteiros.<br /><br />lhe deram uma cor,<br />um amassado bem ao lado<br />de uma divisa, enfiaram-lhe<br />pregos e parafusos, que <br />por dentro são marrons<br />ou possuem cor de enferrujo,<br /><br />mas, na parte que se é mostrada<br />a quem passeia pelo calçada de <br />pedras, é azul.<br /><br />naquele pedaço cabe uma sala <br />mobilhada, com sofá, cortinas<br />cor de ciranda,<br /><br />um mosquito com apenas uma asa,<br />um domingo seis horas da tarde,<br />uma pinta preta no cotovelo,<br />dois dedinhos menores nos pés,<br />uma bochecha estufadinha abaixo dos olhos,<br />e um beijo na sua tez.<br /><br /><br />aquele pedaço, completamente inteiro, <br />é um poema com você no meio.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-52144500668527335672009-08-04T07:11:00.000-05:002009-08-04T07:12:26.118-05:00quisera eu ter nascido diferente<br />acoplado a um vaso improvisado<br />em uma lata de tinta acrílica<br />abaixo de uma samambaia e ao lado<br />de uma parede pintada de cinza.<br /><br /><br />quisera eu ter raízes presas<br />soterradas pela vital mistura<br />de umas boas mãos de terra<br />e uma quantidade generosa de merda.<br /><br /><br />ficar acima somente dos azuleijos<br />com seus enormes rejuntes negros<br />e não ter o fundo do vaso furado<br />evitando que chegue até mim<br />quem se encontra mais abaixo<br /><br />ou quem sabe servir de enfeite<br />para jazigos, pintando de verde<br />carne sem vida com uma importância<br />afetiva muito maior que as minhas<br />fotossínteses mal sucedidas.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-68720196474664386072009-07-30T06:44:00.001-05:002009-07-30T06:45:43.235-05:00desalojei a moral provisória<br />da porta do banco no dia do pagamento.<br />a sala da casa, com seus pés de plantas<br />abaixo do seu pé direito, o quarto branco, e a dependência<br />de empregada, teriam como ser visto com luz.<br /><br />do outro lado da praça<br />em frente a agência bancária<br />cinco folhas caídas, uma em cada<br />canto da calçada<br /><br />e as velas voltariam a me fazer<br />bater com a cara na porta<br />todas as vezes que você fosse embora.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-39172218857768579832009-07-29T08:49:00.002-05:002009-07-29T09:01:27.046-05:00NO PASSEIO.<br /><br />encosta a ponta do dedo<br />no lado esquerdo da cabeça<br />de uma formiga que do outro <br />lado dela eu fico.<br /><br /><br />escolhe sua melhor postura<br />e cubra, deixando somente<br />a pinta de fora e um pouco<br />dos seus dedos<br /><br />para sentarmos a beira do poço<br />onde nadam carrapatos gordos <br />e magros recém desalojados <br />de um cachorro sarnento.<br /><br />empilha um cano cinza<br />ao lado da lixeira<br />mas deixa o cheiro passar<br /><br />de um lado ao outro<br />do material que lhe da a vida.<br /><br /><br />desliga, <br /><br />qualquer pedaço com começo <br />e fim. e entorta qualquer <br />idéia fixa que você permita<br />por meia hora boiar no meio.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-9711156478246719862009-07-14T20:39:00.000-05:002009-07-14T20:40:14.127-05:00Vômito<br /><br />o apego <br />que tive por portas<br />que não abriam,<br />ou que já se permitiam ter <br />espaços maiores que <br />frestas por entre os portais,<br /><br />paredes <br />com idêntica coloração<br />de tintas e azuleijos,<br /><br />os sulcos que empretejavam<br />por dentre eles,um monte faraônico<br />em detritos<br /><br />meias esburacadas e pedaços quebrados<br />inteiros... <br /><br /> ...por pedaços inteiros ainda <br />me vejo, talvez seja o único momento<br />em que tenho o que escrevo.<br /><br />mas o apego,bem da verdade,<br />me serviu para a escolha insatisfeita<br />do encaixe de pedaços que hoje<br />não me servem para tê-los.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-50426553252645621632009-07-11T15:23:00.001-05:002009-07-11T15:23:56.423-05:00O peito de meu pai<br />manteve-se<br />por muito aberto.<br />Apareciam quaisquer que<br />fossem as ofensas<br />ditas por um olhar<br />ou cuspidas <br />- com esmerro<br />em formar bem as salivas- <br />palavras de mal grado.<br /><br />Beijos ao redor de seu peito,<br />dados por mim, apertando-o <br />de um lado<br />e por minha irmã mais nova,<br />de outro,<br />também se amontavam por sua<br />face grossa, como tentativas<br />de um carinho esquecido em <br />alguma tarde rente ao meio fio,<br />em frente de casa,<br />ou encontros depois de nos buscar <br />no colégio. <br /><br />Tentar lembrar de dias úteis<br />já não mais abrasa <br />a estada no ponto de ônibus, <br />nem chove mais quando molha <br />ou goteja quando treme.<br /><br />Meus dias úteis nunca foram estáveis<br />a ponto de se enfiarem confortavelmente<br />em espécie alguma de minhas palavras.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-50781722609807438782009-06-30T14:46:00.000-05:002009-06-30T14:47:27.665-05:00O relógio desperta sete e vinte. Com o tempo mental organizado devidamente dentro das idéias, ainda com um pouco de sono, planeja-se a que horas passa o ônibus, o tempo em que pode ficar debaixo da água do chuveiro, a quantidade exata de pães de queijo requentados no tostex e o café. Quando tudo isso é possível, geralmente inventa-se um assunto com o chefe justificando os minutos que se passaram das oito. Tudo bem, nem sempre se consegue tudo ao acordar.<br /><br /> Sete pontos. Um terminal e mais oito. Geralmente é isso somado a algumas dezenas de coisas que acontecem todo santo dia. Acreditando com a ciência de quem já pode crer – na semana que vem depois de amanhã – em uma vida melhor. <br /><br /> Mesmo que - com a mesma cara fechada de quando se é menino e o garoto <br />maior do colégio rouba seu pirulito - você espera por mais tempo ao acordar, uma cama melhor pra dormir, um dia com mais horas (ou menos), um pico perfeito com o chão sempre acessível aos seus passos... E mais um pouco, sempre mais um pouco. Na boa, isso não vai acontecer.<br /><br /> Fazer de tudo uma justificativa pro seu caminho, seja o tênis ou a falta dele, o shape ou a correria que é a sua vida, que isso ou aquilo não são como você acredita, só te deixa mais burro e fudido. Se acreditar é igual a esquecer, até quando é possível crer que alguém uma hora ou outra vai olhar pra você?<br /><br /> Aquele cara ali, de calça larga ou apertada, inventando desculpa até para a própria sombra ou até mesmo pela falta de sol na cara não representa nada.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-23868705495279870162009-06-24T10:32:00.001-05:002009-06-24T10:32:56.505-05:00aquele quarteirão inteiro<br />com um posto de gasolina <br />na beirada onde termina o passeio,<br /><br /> uma quitanda<br />sem um nome aparente<br />pintado como se fosse<br />enormes aparelhos cravados<br />nos dentes, mostrando a correção<br />luminosa de se aparecer com um sorriso,<br /><br />duas pensões, sendo uma<br />uma casa de família a outra<br />um prostíbulo<br /><br /><br />dois pés de árvores esquecidos<br />que mantêm sombra sobre o papo<br /><br />sou eu sentado <br />no outro lado da calçada<br />de costas para o espelho.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-70108030643972454362009-06-23T11:20:00.000-05:002009-06-23T11:23:51.868-05:00não se exige nada<br />de quem cutuca com <br />um pedaço de galho <br />partido ao meio<br /><br />alguma parte do terço<br />de uma imaginação. <br /><br />o rosto de um macaco <br />esculpido com a mão<br />suja de merda ao passar<br />na parede<br /><br />ou um coração com quarto<br />sala e cozinha durante<br />um relacionamento de dois meses.<br /><br /><br />quem exige, acredita<br />com a inteligência necessária <br />para não se criar, absolutamente, mais nada.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-42071142630927464782009-06-15T07:15:00.001-05:002009-06-15T07:15:32.478-05:00com os dois pneus<br />do carro arriado<br />em frente a casa<br />naquele sábado<br /><br />eu vi meu pai<br />depois de quase<br />seis anos de ter<br />nos deixado.<br /><br />não vestia sua bermuda,<br />nem a camisa aberta até<br />a costumeira casa.<br />não fumava, nem chegou<br />arrastando a sandália.<br /><br />lembro-me que foi logo<br />abrindo o porta-malas,<br />retirou o macaco e foi<br />ensinando-me o encaixe<br />no local correto.<br /><br />trocamos juntos<br />aquele momento<br />ele mais falante<br />eu mais quieto, depois<br /><br />demos uma volta por toda<br />a extensão daquele quarteirão<br />que todo dia eu passava<br />com os passos já cansados<br />do traçado.<br /><br />meu tio naquele momento<br />foi meu pai que morreu<br />infartado.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-20556527940892691962009-06-03T22:12:00.001-05:002009-06-03T22:12:56.604-05:00o homem em chamas<br />enquanto pula<br />do quarto mais alto<br />daquele edifício<br /><br />um misto dos resquícios<br />de tijolos em brasa<br />e fogos esverdeados<br /><br />pensa consigo:<br />será o herói da história<br />o objeto em que caio<br />ou o homem que o segura para<br />meu alívio?bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-62574916368845410052009-05-29T11:26:00.001-05:002009-05-29T11:26:32.310-05:00Onze<br /><br />ando com um detector<br />de metais nas mãos<br />altivas e o nariz de<br />Rebeca ocioso,<br />solto nos melhores<br />dias de caça.<br /><br />piso com a planta<br />murcha do pé<br />no cortex do contorno<br />do retrato<br /><br />no entanto<br />por mais largo<br />que seja o alcance<br />dos passos<br /><br />nunca atravesso<br />a ponte<br />cravada no meio<br />dos fatos.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-79881541219149682972009-05-27T08:37:00.002-05:002009-05-27T08:38:32.007-05:00<a href="http://2.bp.blogspot.com/_2BBdVs5TUVQ/Sh1CPk9oafI/AAAAAAAAAT0/GgQKyj9nKcI/s1600-h/no+work.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_2BBdVs5TUVQ/Sh1CPk9oafI/AAAAAAAAAT0/GgQKyj9nKcI/s400/no+work.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5340497568518924786" /></a><br /><br />de que lado<br />começa a esquina?<br /><br />função ingrata<br />esta de dar voltas<br /><br />procurar o início<br />das descobertas<br /><br />criadas pelo homem.<br /><br />crer com a esperança em repouso<br />de quem jamais atravesou a rua<br /><br />sentou-se no banco da praça<br />com os pés acima da grama.bruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29402632.post-83139315148873447202009-05-26T09:07:00.002-05:002009-07-29T07:39:04.173-05:00Me encaixo em qualquer<br />detalhe com o empurro<br />voluntário de quem vaga<br />por entre espaço<br />ou pedaços inteiros<br /><br />de um molhe que abre<br />cada porta com uma determinada<br />chave, de um lençol em velcro<br />com o corpo bem cedo<br /><br />de um gole quente, seco<br />e apertado pela<br />língua de conhaque<br />ou entre os oito buracos<br />no ferro juntos da luz e do teto<br />do seu apartamento.<br /><br />Não é que me sobre-<br />saia mais nessa do que<br />naquela forma. Encaixo<br />sem espalhar-me confortavelmente<br />aos detalhes, pelo erro da<br />exatidão imprópria que tenho<br />com os acertosbruno abdalahttp://www.blogger.com/profile/11633261149743170145noreply@blogger.com0